Aconteceu este final de semana a estreia da peça “Um Dia a Menos”, uma adaptação de um dos últimos contos de Clarice Lispector, encenada por Ana Beatriz Nogueira em São Paulo, no Teatro Renaissance.
Estiveram presentes vários artistas como: Elias Andreato, Simone Zucato, Miriam Mehler, Tânia Bodezan, Odilon Wagner, Nilton Bicudo entre outros.
O monólogo encenado por Ana Beatriz Nogueira é uma adaptação do conto homônimo de Clarice Lispector, direção de Leonardo Netto.
“Um Dia a Menos” é um dos últimos contos escritos por Clarice Lispector (1920-1977), já no ano de sua morte. O texto fala da solidão e dos possíveis muros que às vezes levantamos, sem perceber, ao nosso redor.
Como que por um buraco de fechadura, acompanhamos a história desta mulher que é às vezes engraçada, às vezes patética, mas sempre de uma humanidade reconhecível por qualquer um. Uma mulher aparentemente normal, como muitas que vemos diariamente, conversando numa portaria, pagando uma conta num guichê de banco, comprando uma carne no supermercado.
“O que mais me atrai neste texto é a humanidade da personagem criada pela autora. Esta personagem que tem como árdua a tarefa de atravessar um dia inteiro. De uma humanidade, repito, reconhecível por todos”, explica Ana Beatriz Nogueira.
“Ana Beatriz é um primor! E se você juntar essa força, esse talento a Clarice Lispector, então… não tem como sair do teatro sem ficar fascinado. Ver a Ana falar sobre solidão, com leveza, com humor, como ela faz, com os gestos, com a fala, com as pausas, é um presente para quem vai ao teatro. Você sai querendo ver mais, querendo saber mais. Você sai pensando sobre tudo aquilo que a adaptação desse conto quer dizer. Não tem como sair do teatro sem refletir sobre tantas coisas complexas ao fazer um paralelo sobre a solidão que o mundo vive, sobre como lidar com isso, sobre como ajudar aqueles que sofrem com ela. E estar ali, nessa noite especial, ao lado de colegas tão queridos, prestigiando uma das maiores referências que tenho como atriz, traz um sentimento melhor ainda, pois saímos dali com a certeza de que a arte nunca nos deixa sozinhos. A arte salva”, comentou a atriz e produtora teatral Simone Zucato.
A peça fica em cartaz até o dia 11 de fevereiro.